solidão por tão só ser
na cama neve
sinto a dor no corpo que é teu
olho a imagem que o espelho reflete sem a conhecer
derramo o sal das lágrimas na fotografia preta e branca
manchada de vermelho sangue
solidão por tão só te querer
ali entre quatro paredes
sem nada ver, ouvir, sentir
só tu
o todo que é teu
solidão por tão só esperar
que um dia venhas para me abraçar
num rasgo indelével de luz
que me abra o coração
para que te pinte o corpo na vermelha cor da carne
para que ali fiques
tão sós como sós nunca estivemos
quarta-feira, 23 de dezembro de 2009
segunda-feira, 3 de agosto de 2009
Faz
É um nada fazer que me invade a alma, nada faço porque nada sei fazer, nada faço porque não sei como o fazer, nada faço porque não o posso fazer, nada faço porque não me deixas fazer, nada faço porque nada consiguir fazer, nada faço porque sou impotente para o fazer, nada faço porque nada fazes para que o faça, nada faço até que os teus olhos digam... faz.
terça-feira, 14 de julho de 2009
Tu láctea estrela
Tu láctea estrela do meu presente tu que por exisitir me fazes aparecer os muitos dentes brancos tu corpo adormecido nas noites frias estendido nú ao fogo tu pele com cheiro de flores que vagueias ao ar saudade é aquela coisa tão nossa deste país navegante, que vai de mim a ti na infima distancia de um dedo de lonjura que se torna insuportavél por tudo aquilo que por ti sinto e me faz falta pois nenhuma ausência é mais profunda do que a tua... porque tu... és tu... com tudo o que és por me existires o tudo que é teu.
sexta-feira, 13 de março de 2009
Aquele
tu fantasma presente na minha cabeça
fazes tremer o corpo que um dia despiste
fazes voltar o olhar ao ponto de onde partiste
quero ser aquele que tu deixaste
nas paredes neve do quarto
pintadas de vermelho sangue
no dia em que não voltaste
nao sou eu aquele que um dia te viu
nao sou eu aquele que um dia sumiu
nao sou eu aquele que te não beijou
nao sou eu aquele que não te abraçou
vou ser aquele que te recebe
braços estendidos ao vento
que te lê o pensamento
na neblina branca da manhã
fazes tremer o corpo que um dia despiste
fazes voltar o olhar ao ponto de onde partiste
quero ser aquele que tu deixaste
nas paredes neve do quarto
pintadas de vermelho sangue
no dia em que não voltaste
nao sou eu aquele que um dia te viu
nao sou eu aquele que um dia sumiu
nao sou eu aquele que te não beijou
nao sou eu aquele que não te abraçou
vou ser aquele que te recebe
braços estendidos ao vento
que te lê o pensamento
na neblina branca da manhã
domingo, 8 de março de 2009
mesmo se tardar
sento-me à beira do tejo
apanho o electrico ao passar
o fado canta me a saudade
da parte de mim, que habita o outro lado do ar
perdido na mourama da cidade
choro o teu telúrico olhar
que enleva a alma que só te pensa estar
sei que esse dia vai chegar
mesmo se tardar
apanho o electrico ao passar
o fado canta me a saudade
da parte de mim, que habita o outro lado do ar
perdido na mourama da cidade
choro o teu telúrico olhar
que enleva a alma que só te pensa estar
sei que esse dia vai chegar
mesmo se tardar
Uma imensa flor
Perco sorrisos por ti
e hoje que mais bonito te pensei
um solto beijo não tive medo de te dar
no negrume de cada noite dentro
procuro-te a ti em mim
sem receio de te amar
és, tu, o homem
a quem uma gota de sal
ficou no lábio presa no caminho que levava
à flor que tens no coração
essa é a flor que quero ver desabrochar
uma flor imensa no meu pequeno jardim
e hoje que mais bonito te pensei
um solto beijo não tive medo de te dar
no negrume de cada noite dentro
procuro-te a ti em mim
sem receio de te amar
és, tu, o homem
a quem uma gota de sal
ficou no lábio presa no caminho que levava
à flor que tens no coração
essa é a flor que quero ver desabrochar
uma flor imensa no meu pequeno jardim
segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009
Romântico
Confia,
Sou romântico.
Não falto.
Porque gosto de ti.
Como a comida do sal.
Não te falto.
Sou romântico.
Sou romântico.
Não falto.
Porque gosto de ti.
Como a comida do sal.
Não te falto.
Sou romântico.
quarta-feira, 14 de janeiro de 2009
fl
eu sei que mais dia menos dia, meu amor de dias, me vais deixar
como as folhas caem das àrvores no outono
não me iludo.......
mas haverá sempre um sol de outono que me aqueça
nem que esse sol seja pensar-te......
como as folhas caem das àrvores no outono
não me iludo.......
mas haverá sempre um sol de outono que me aqueça
nem que esse sol seja pensar-te......
quinta-feira, 11 de setembro de 2008
Voz
Amar
a voz que me fala ao ouvido
Amar
a voz que faz de mim um ser túrgido
amar
o corpo pelo corpo no corpo
amar
o silêncio em que espero
amar a saudade que cresce
amar
o fado de dois corpos
amar
amar
amar
a flor que tens no peito
e eu ainda não descobri
a voz que me fala ao ouvido
Amar
a voz que faz de mim um ser túrgido
amar
o corpo pelo corpo no corpo
amar
o silêncio em que espero
amar a saudade que cresce
amar
o fado de dois corpos
amar
amar
amar
a flor que tens no peito
e eu ainda não descobri
sábado, 6 de setembro de 2008
o azul do teu mar
Vejo-te florir o sorriso
nas ondas de um mar salgado
que é teu e está longe
esse mar azul que nasce
no negro dos teus olhos
nem o mar revolto
que me invade
leva a saudade
desse sorriso nú
que me mostra as laminas brancas de dois gumes
que tens entre o desenho dos lábios
onde apetece ficar
até à hora em que no céu chova
o vermelho dos cravos
e acalme o agitado rio
que me leva ao azul do teu mar
nas ondas de um mar salgado
que é teu e está longe
esse mar azul que nasce
no negro dos teus olhos
nem o mar revolto
que me invade
leva a saudade
desse sorriso nú
que me mostra as laminas brancas de dois gumes
que tens entre o desenho dos lábios
onde apetece ficar
até à hora em que no céu chova
o vermelho dos cravos
e acalme o agitado rio
que me leva ao azul do teu mar
segunda-feira, 1 de setembro de 2008
Seiva
Enlaça a alma e dança
solta em ti a fera, enjaulada, inquieta em espera
liberta num sopro o ser que habita
em seiva circulante
a flor que tens no coração
e te envolve, em compasso
sobre o palco-vida
serena e doce
solta em ti a fera, enjaulada, inquieta em espera
liberta num sopro o ser que habita
em seiva circulante
a flor que tens no coração
e te envolve, em compasso
sobre o palco-vida
serena e doce
quinta-feira, 28 de agosto de 2008
puck
O novo ser
menino canta doce olhar
o sorriso aberto
a ternura dos dentes brancos
querer canta-lo num sopro de luar
querer embalar o coração
o sonho de uma noite de verão
menino canta a tua imensidão
menino canta doce olhar
o sorriso aberto
a ternura dos dentes brancos
querer canta-lo num sopro de luar
querer embalar o coração
o sonho de uma noite de verão
menino canta a tua imensidão
quarta-feira, 27 de agosto de 2008
Nerines
Na noite prata
vagueio o corpo intumescido pelas pedras da calçada
respiro corpos
olhos postos no chão
de negro o meu pensamento
anseia o toque de pele suada
um toque que me leve
e me deslumbre
num chão gélido
de nerines feito
a lua calou-se
encontrei-te na luz branca que reflecte as àguas do Tejo
o chão que era gélido tornou-se fogo
vi a tua nudez em tons rosa
envolto nos teus braços
fechei os lábios e adormeci
vagueio o corpo intumescido pelas pedras da calçada
respiro corpos
olhos postos no chão
de negro o meu pensamento
anseia o toque de pele suada
um toque que me leve
e me deslumbre
num chão gélido
de nerines feito
a lua calou-se
encontrei-te na luz branca que reflecte as àguas do Tejo
o chão que era gélido tornou-se fogo
vi a tua nudez em tons rosa
envolto nos teus braços
fechei os lábios e adormeci
Na rosa
Silêncio.
Silêncio. de olhos fechados para a claridade
Silêncio. espero por ti ouvindo a rua
Silêncio. sinto os teus passos chegando
Silêncio. ouço o teu corpo na rosa
Silêncio. o corpo neve delicado
Silêncio. o brilho dos teus olhos abriu a porta
Silêncio. sorriste-me fiquei sem pele
Silêncio. a minha pele é tua
Silêncio. os teus meus lábios despertam-me
Silêncio. não quero o Silêncio.
quero o som da tua voz ao dizeres o meu nome
Silêncio.
Silêncio. de olhos fechados para a claridade
Silêncio. espero por ti ouvindo a rua
Silêncio. sinto os teus passos chegando
Silêncio. ouço o teu corpo na rosa
Silêncio. o corpo neve delicado
Silêncio. o brilho dos teus olhos abriu a porta
Silêncio. sorriste-me fiquei sem pele
Silêncio. a minha pele é tua
Silêncio. os teus meus lábios despertam-me
Silêncio. não quero o Silêncio.
quero o som da tua voz ao dizeres o meu nome
Silêncio.
Ter o dom
Eu quero ser a vida
eu quero ser a morte
eu quero ter o dom
de quem escolhe a sua sorte
uma vida perdida
uma morte encontrada
eu quero ter o dom
de quem nunca soube nada
à vida resisti
à morte me entreguei
eu quero ser aquilo
em que nunca pensei
a vida que pensei
a morte que escolhi
eu sempre quis aquilo
que nunca vivi
eu quero ser a morte
eu quero ter o dom
de quem escolhe a sua sorte
uma vida perdida
uma morte encontrada
eu quero ter o dom
de quem nunca soube nada
à vida resisti
à morte me entreguei
eu quero ser aquilo
em que nunca pensei
a vida que pensei
a morte que escolhi
eu sempre quis aquilo
que nunca vivi
Só tu
Só tu
dou-te a minha voz
dou-te o meu calor
dou-te o meu amor
peço-te perdão
dizes-me que não
Só tu
queres a minha voz
queres o meu calor
queres o meu amor
pedes-me perdão
digo-te que não
Só tu
vieste para mim
dizendo que sim
sem saber porquê
deixei que ficasses no meu coração
Só tu
dá-me a tua voz
dá-me o teu calor
peço o teu amor
sem saber porquê
deixei que ficasses no meu coração
dou-te a minha voz
dou-te o meu calor
dou-te o meu amor
peço-te perdão
dizes-me que não
Só tu
queres a minha voz
queres o meu calor
queres o meu amor
pedes-me perdão
digo-te que não
Só tu
vieste para mim
dizendo que sim
sem saber porquê
deixei que ficasses no meu coração
Só tu
dá-me a tua voz
dá-me o teu calor
peço o teu amor
sem saber porquê
deixei que ficasses no meu coração
Caminhos da noite
Caminhos da noite
em estradas bravias
eu cruzo o teu corpo
de noite e de dia
Um corpo de luto
uma voz tão velada
eu furto os teus olhos
não me dizem nada
Serei eu a luz
que o tempo consome?
serás tu a noite
que em mim já não dorme?
contigo Lina, minha voz de rouxinol, para que um dia cantes estas palavras...
em estradas bravias
eu cruzo o teu corpo
de noite e de dia
Um corpo de luto
uma voz tão velada
eu furto os teus olhos
não me dizem nada
Serei eu a luz
que o tempo consome?
serás tu a noite
que em mim já não dorme?
contigo Lina, minha voz de rouxinol, para que um dia cantes estas palavras...
só te quero estar
volante estrela
pára o tempo existe só te quero estar
beija o sol
de pele nua
espera a lua
pára o tempo existe só te quero estar
cheira o mar
maré nua
pára o tempo existe só te quero estar
vê narciso
vê o lago
mas não fujas
pára o tempo existe só te quero estar
solto amarras
não podes voar
porque eu só te quero estar
existe
segue o tempo
pára o tempo existe só te quero estar
beija o sol
de pele nua
espera a lua
pára o tempo existe só te quero estar
cheira o mar
maré nua
pára o tempo existe só te quero estar
vê narciso
vê o lago
mas não fujas
pára o tempo existe só te quero estar
solto amarras
não podes voar
porque eu só te quero estar
existe
segue o tempo
quarta-feira, 9 de julho de 2008
teu cantar
vê o sol
girassol
branca luz
vê o sol
girassol
sei que és tu
olha o vento
cores do vento
madrugada
ouve o vento
flor no vento
flor amada
vejo o vento
a passar
teu lamento
triste mar
olha o sol
girassol
campo chão
olha o sol
girassol
meu irmão
trás o vento
flores de vento
pele suada
trás o vento
flores de vento
doce mágoa
vê o sol
girassol
flores douradas
vê o sol
girassol
minhas fragas
nasce o vento ao passar
meu tormento
teu cantar
vê o sol
girassol
branco és tu
vê o sol
girassol
minha luz
girassol
branca luz
vê o sol
girassol
sei que és tu
olha o vento
cores do vento
madrugada
ouve o vento
flor no vento
flor amada
vejo o vento
a passar
teu lamento
triste mar
olha o sol
girassol
campo chão
olha o sol
girassol
meu irmão
trás o vento
flores de vento
pele suada
trás o vento
flores de vento
doce mágoa
vê o sol
girassol
flores douradas
vê o sol
girassol
minhas fragas
nasce o vento ao passar
meu tormento
teu cantar
vê o sol
girassol
branco és tu
vê o sol
girassol
minha luz
segunda-feira, 7 de julho de 2008
O Corpo
o corpo o corpo o corpo
abrigo do meu porto
o corpo amigo
do meu amigo o corpo
o corpo luz
a doce luz
voz do corpo mel
porque tu és corpo
eu sou corpo e serei corpo
até ao dia final
ai serei essência real
abrigo do meu porto
o corpo amigo
do meu amigo o corpo
o corpo luz
a doce luz
voz do corpo mel
porque tu és corpo
eu sou corpo e serei corpo
até ao dia final
ai serei essência real
domingo, 6 de julho de 2008
Porto de Abrigo
estou só, deitado nú, num lençol cor de fogo
coberto de neve
cobre-me tu também com a tua neve
essa neve que conheço
essa neve que já tive
cobre-me a pele
quero sentir a tua neve quente
no corpo túrgido
tu sim, tens pele veludo jasmim
de um movimento vibrante e vigoroso
onde apetece deixar a àgua que me corre nos lábios
o teu corpo sorri
deixa que se alastre o sorriso, para que se transforme numa sonora gargalhada
toco em partes de ti
sinto como estás
quente
firme
grande
então deixa que as grandes mãos de Eros que tens te toquem para que te tornes um corpo lava
onde deixo arder os meus lábios
percorre o mastro alto do teu navio, onde um dia fui vento
assim Ser carne animal
deixo-te ir ao teu porto de abrigo
coberto de neve
cobre-me tu também com a tua neve
essa neve que conheço
essa neve que já tive
cobre-me a pele
quero sentir a tua neve quente
no corpo túrgido
tu sim, tens pele veludo jasmim
de um movimento vibrante e vigoroso
onde apetece deixar a àgua que me corre nos lábios
o teu corpo sorri
deixa que se alastre o sorriso, para que se transforme numa sonora gargalhada
toco em partes de ti
sinto como estás
quente
firme
grande
então deixa que as grandes mãos de Eros que tens te toquem para que te tornes um corpo lava
onde deixo arder os meus lábios
percorre o mastro alto do teu navio, onde um dia fui vento
assim Ser carne animal
deixo-te ir ao teu porto de abrigo
quinta-feira, 19 de junho de 2008
à noite
à noite
eu vi-te chegar
à noite
os braços abertos
à noite
as roupas caídas
à noite
os lábios desertos
à noite
tocar as feridas
à noite
o corpo erosão
à noite
a prosa poética do meu coração
à noite
à noite
à noite
é desse lugar
de onde vais partir
para eu não te encontrar
à noite
quarta-feira, 18 de junho de 2008
...
É por ti que espero D. Sebastião nunca encontrado...
espero que venhas no denso nevoeiro para me fazeres sorrir de novo, para os meus olhos voltarem a brilhar quando ouvir o teu nome, para me arrepiar quando te abraçar...
é por ti que espero Sebastião... mas quem és tu Sebastião...?
espero que venhas no denso nevoeiro para me fazeres sorrir de novo, para os meus olhos voltarem a brilhar quando ouvir o teu nome, para me arrepiar quando te abraçar...
é por ti que espero Sebastião... mas quem és tu Sebastião...?
quinta-feira, 5 de junho de 2008
o teu sorriso
O corpo sentado na cratera lunar
Esperando triste
Um triste sorriso
Sorrindo
Olhos vagos
No planeta luz
Sonhada
Esperança de sorrir
Vogando em sorrisos
De viver
Sorrindo
Esperando triste
Um triste sorriso
Sorrindo
Olhos vagos
No planeta luz
Sonhada
Esperança de sorrir
Vogando em sorrisos
De viver
Sorrindo
sábado, 26 de abril de 2008
sexta-feira, 18 de abril de 2008
visito o teu corpo
visito o teu corpo
um corpo partilhado por outros corpos
quero ser partilhado por ti, Adónis existente
quero a tua pele pulsante
quero ocupar a tua carne no tempo
que a chuva cesse e eu ali fique na tua nudez
que venha a noite
porque tu
és a noite
a luz da lua
que me ocupa o pensamento
o teu toque surdo
leva-me para fora deste espaço telúrico
entro numa terra do nunca
onde me perco por tanto me querer encontrar
e é ali que fico cego por só te querer estar
um corpo partilhado por outros corpos
quero ser partilhado por ti, Adónis existente
quero a tua pele pulsante
quero ocupar a tua carne no tempo
que a chuva cesse e eu ali fique na tua nudez
que venha a noite
porque tu
és a noite
a luz da lua
que me ocupa o pensamento
o teu toque surdo
leva-me para fora deste espaço telúrico
entro numa terra do nunca
onde me perco por tanto me querer encontrar
e é ali que fico cego por só te querer estar
quinta-feira, 17 de abril de 2008
se
se eu fosse um rei e tu um ladrão
se eu fosse um gigante e tu um anão
se os teus lábios fossem ouro e a noite prata
se a minha alma fosse poderosa
se os dias tivessem mais horas
se o medo não doesse
se o sol me aquecesse
se o vento não soprasse
se o mar me levasse
se a saudade não fosse lusitana
se o fim chegasse agora
...
segunda-feira, 14 de abril de 2008
Ausência de ti
Tira a capa que te gela o ser
leva-me ao teu corpo
dança
braços abertos ao Tejo
na pele tens o cheiro das laranjeiras em flor
deixo para trás o medo
e levo-te a ínfima chama de um qualquer fogo
para que te aqueças
e sejas luz presente
dança
de corpos na procura do corpo teu
guardo no mim
o desejo por ti
a ansiedade de saber
se voltarás para dançar
na luz da cidade
que se tem agora sentido
é ser a ausência de ti
sexta-feira, 28 de março de 2008
existe o nada
o cheiro das frésias leva-me o ser a ti
és um mundo imenso num pequeno jardim
és narciso por entre papoilas bravias
ofereço a ti todo o ser, pois depois do ser só a alma
toda a àgua que em mim corre é de um lago só teu
um lago profundo e azul
onde arrisco mergulhar
para te trazer uma rosa de espuma feita
porque entre o ser e a alma existe o nada
o nada de tudo o que nada é
não quero o nada quero o tudo de tudo o que possa ser
nesse lago perdido entre o céu e a terra
és um mundo imenso num pequeno jardim
és narciso por entre papoilas bravias
ofereço a ti todo o ser, pois depois do ser só a alma
toda a àgua que em mim corre é de um lago só teu
um lago profundo e azul
onde arrisco mergulhar
para te trazer uma rosa de espuma feita
porque entre o ser e a alma existe o nada
o nada de tudo o que nada é
não quero o nada quero o tudo de tudo o que possa ser
nesse lago perdido entre o céu e a terra
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